Em agosto, os estados da Paraíba, Acre, Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais realizaram suas etapas estaduais da 6ª Conferência Infantojuvenil Pelo Meio Ambiente (CNJIMA). O encontro pedagógico é promovido a partir dos projetos de ação em prol do meio ambiente construídos nas unidades escolares por estudantes do 6º ao 9º ano do ensino fundamental. A conferência é promovida pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Nas iniciativas estaduais são escolhidos os estudantes que integrarão a delegação estadual e o projeto de ação que representará cada estado na etapa nacional, marcada para ocorrer entre os dias 6 e 10 de outubro, em Brasília.
O tema proposto para ser debatido e trabalhado nas escolas este ano foi “Vamos Transformar o Brasil com Educação e Justiça Climática” – discussão alinhada ao lema central da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP30, que visa discutir e negociar medidas para combater as mudanças climáticas com foco na redução de emissões de gases de efeito estufa e na adaptação aos impactos já existentes. A COP30 acontecerá de 10 a 21 de novembro, em Belém, no Pará.
Paraíba – Mais de 24 mil estudantes e professores foram mobilizados de todas as escolas do estado, representando 151 projetos inscritos. Durante todo o encontro, os estudantes se dividiram em grupos para apresentar os trabalhos e fazer a votação dos projetos que seguirão para a próxima fase – ao total, 60 projetos foram apresentados e 16 escolhidos par a etapa nacional.
O estudante Gabriel Vicente, do 7º ano da EEEF, Jaime Meira Fontes, apresentou o projeto “Lúdico do Lixo” que consiste na coleta seletiva do lixo na escola. “Na escola fazemos a arrecadação do lixo reciclável como um jogo. A sala que arrecada mais lixo, pontua”, explicou.
Acre – O encontro estadual acreano aconteceu em Rio Branco e reuniu estudantes de 18 municípios que aderiram à Conferência Nacional e já promoveram suas etapas escolares e municipais. Entre os trabalhos apresentados está o projeto ‘Águas do Caquetá’, da Escola Estadual União e Progresso, de Porto Acre, que visa revitalizar um igarapé poluído atrás da escola. “Queremos retirar o lixo, plantar árvores e devolver a vida ao igarapé, como era antes. É uma forma de cuidar da nossa comunidade e também do planeta”, contou a estudante Ingrigy Passarini, do 9º ano.
A professora indígena Maria José Puyanawa, que liderou a comitiva de Mâncio Lima, com cerca de 30 pessoas, reforçou a relevância desse protagonismo. “Eu nunca tive a oportunidade, enquanto aluna, de ter voz e vez, dentro ou fora do contexto indígena. Ver nossos estudantes participando e mostrando nossa cultura fortalece nossa identidade e abre caminhos para que eles possam voar e contribuir com o povo e com outras comunidades”, explicou.
Rio Grande do Sul – Realizada nos dias 12 e 13 de agosto, a etapa gaúcha reuniu 80 escolas públicas – 40 da rede estadual e 40 da municipal. A escolha dos projetos e dos representantes do estado foi feita pelos próprios alunos, reafirmando o protagonismo infantojuvenil como eixo central da conferência.
O projeto “O lixo que geramos é o futuro que queremos?” da Escola Municipal de Ensino Fundamental Zeferino Vicente Neves Filho, do município de Taquara, foi a iniciativa com maior pontuação dos avaliadores em critérios como: pertinência ao tema, clareza, relevância social e viabilidade de execução. Na ocasião, também houve a escolha de mais 18 delegados de escolas da rede pública municipal e estadual que integrarão a comitiva gaúcha.
Paraná – Trabalhos de 17 alunos da rede estadual de ensino do Paraná na área ambiental foram escolhidos para representar o estado na VI CNIJMA. O critério de seleção foi o diagnóstico dos problemas regionais, bem como a apropriação da temática e as respectivas soluções ambientais, que poderão orientar a elaboração de políticas públicas.
Foi o caso de Pyetra Heller Dallagnol Pereira, de 14 anos, do Colégio Estadual Padre Chagas, de Guarapuava, na região central do Paraná, com o projeto “Jovens cientistas em ação: diagnóstico e soluções para a justiça climática”. A proposta era minimizar os impactos de desastres naturais, como inundações, para melhorar a qualidade de vida das comunidades, especialmente dos moradores de áreas de risco. Como solução, a iniciativa quer identificar as causas e consequências, ouvindo a comunidade e levando a ela conhecimento e informação sobre prevenção de catástrofes. Além disso, o objetivo era apresentar as propostas ao poder público, como a câmara de vereadores e a prefeitura locais, para que atuem na melhoria do saneamento em determinadas regiões.
Minas Gerais – No dia 12 de agosto de 2025, ocorreu a etapa mineira da VI CNIJMA, realizada no Auditório JK na Cidade Administrativa. O encontro reuniu estudantes, educadores e gestores das 47 regionais de ensino para fortalecer o protagonismo infantojuvenil, promover o diálogo entre gerações e construir coletivamente propostas em defesa da sustentabilidade e da justiça climática. O projeto desenvolvido com a defesa civil pelos alunos da Escola Coronel Nicolau Sampaio, do município de Diogo de Vasconcelos, foi escolhido para representar Minas Gerais na etapa nacional.
Assessoria de Comunicação Social do MEC